Notícias - Falta de mão-de-obra e acessibilidades “estrangulam” desenvolvimento do AL nos Açores
Falta de mão-de-obra e acessibilidades “estrangulam” desenvolvimento do AL nos Açores
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Falta de mão-de-obra e acessibilidades “estrangulam” desenvolvimento do AL nos Açores
Falta de mão-de-obra e acessibilidades “estrangulam” desenvolvimento do AL nos Açores

Publicado a 31 de janeiro 2025

Falta de mão-de-obra e acessibilidades “estrangulam” desenvolvimento do AL nos Açores

 O primeiro dia dos trabalhos do 3.º Encontro do Alojamento Local dos Açores fica marcado por uma opinião praticamente unânime, em diversos temas.

A falta de mão-de-obra especializada no setor do turismo e a escassez de ligações aéreas ao exterior são dois dos fatores que impedem que o Alojamento Local (AL) se desenvolva com maior celeridade.

No primeiro painel, subordinado ao “Transporte Aéreo e o Alojamento Local: Conexão de Destinos, Impulsionando Negócios”, o Presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada salientou que “não temos pessoas suficientes para se formarem para o setor [do turismo]. Temos empregos e precisamos de mais gente”. Mário Fortuna acrescentou que este é “um ponto de partida para termos imigração, o que é positivo”, dada a escassez ou inexistência de mão-de-obra local.

O Presidente da CCIPD lembrou que o setor do turismo representa cerca de 20% (160 milhões de euros) das receitas da Região (800 milhões de euros), sendo já um setor com maior peso do que o setor primário.

Já o Presidente da VisitAzores salientou que o futuro do turismo na Região não pode estar assente em companhias low-cost.

Luís Capdeville revelou que a VisitAzores está a “trabalhar para captar novas companhias [aéreas] a voar para cá”, criando “mais frequências, mais voos no inverno, mais concorrência e melhor preço”.

O Presidente do organismo responsável pela promoção turística do arquipélago adiantou ainda que “há um trabalho de cada vez mais proximidade entre a VisitAzores e a SATA”, já que “a SATA tem papel fundamental na Região”.

Para Capdeville, “a estratégia é continuar a trazer mais companhias dos mercados emissores, dar-lhes condições para que, no inverno os números [de passageiros] apareçam”, já que, “quanto maior a notoriedade do destino nos mercados externos, mais fácil é de captar [passageiros].

Por seu turno, o Presidente do Grupo SATA afirmou que a companhia aérea açoriana quer ajudar e vai ajudar o setor a crescer, mas para tal, é preciso que o setor também ajude a SATA.

Rui Coutinho salientou que a companhia aérea “não está em fase de baixar preço, mas vivemos num mercado concorrencial”, onde a competição é diária.

Questionado sobre a escolha de rotas, o Presidente do Grupo SATA esclareceu que esta “tem a ver com os números de dormidas de passageiros que nos procuram indiretamente. Fazendo contas, podemos chegar à conclusão se é ou não benéfico para a SATA e para os Açores criar uma ou duas frequências diretas”.

A Itália foi um dos casos onde tal acontecer, tendo sido “assim que se criou a rota Milão-Ponta Delgada.

No segundo painel do dia, houve espaço para partilha de experiências entre proprietários de ALs de diferentes ilhas dos Açores.

Andreia Meneses, da Terceira, José Costa, do Pico, Vera Câmara, do Corvo e Forjaz Sampaio, de São Miguel, foram unânimes num ponto: é extremamente difícil e por vezes impossível encontrar mão-de-obra, independentemente da ilha, para fazer obras ou pequenas reparações nos imóveis.

Além disso, a questão das acessibilidades esteve também em destaque, já que a falta de voos prejudica, não só o setor do turismo, como também os setores de serviços especializados, onde anteriormente era possível vir, por exemplo, à Terceira, prestar serviços médicos num sábado e regressar ao continente do domingo, sendo que atualmente tal não é possível.

Já no terceiro painel, dedicado à “Transformação Digital no Alojamento Local”, foram inincialmente apresentadas a nova página da internet, disponível a todos, e uma nova APP da ALA, dedicada aos associados.

A ALA passa a ter um novo website, com uma estrutura facilmente navegável e de mais fácil acesso, bem como uma vertente de backoffice, acessível a todos os associados, com vários serviços disponíveis.

Já a Diretora Regional do Turismo, na sua intervenção, afirmou que “a transformação digital não é apenas uma tendência, mas uma necessidade”.

Rosa Costa salientou que, em 2024, tudo aponta para que o setor do turismo atinja os mil milhões em receitas diretas, indiretas e induzidas.

A Diretora Regional apresentou o novo Portal do Turismo dos Açores, que “facilita o acesso de turistas e investidores à informação turística”.

Rosa Costa adiantou ainda que o Projeto de Monitorização inteligente de fluxos turísticos dos Açores, lançado a concurso, irá “acompanhar em tempo real a movimentação de visitantes no arquipélago através de sensores, dados móveis e inteligência artificial, com vista a melhorar a gestão do turismo, distribuindo fluxos de forma sustentável, reduzindo a pressão sobre áreas sensíveis e otimizando a experiência dos turistas”.

A Diretora Regional revelou também que a Certificação “Miosotis”, reconhecido pelo “Global Sustainable Tourism Council”, está, a partir de agora, acessível ao setor do Alojamento Local, além do Turismo em Espaço Rural.

À margem dos painéis realizados durante todo o dia, houve ainda espaço para pausas onde o contacto entre os proprietários de ALs de todas as ilhas e a troca de experiências enriqueceu este primeiro dia do 3.º Encontro do Alojamento Local dos Açores.

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