Publicado a 15 de março 2024
Descida no número de dormidas em janeiro confirmam receios do Alojamento Local
Pelo segundo mês consecutivo, o número de dormidas no alojamento local registou uma variação negativa.
Depois de dezembro, também em janeiro o total de dormidas desceu 4,4% nos Açores.
Corvo, Graciosa, Terceira, Santa Maria e São Miguel foram as ilhas onde número de dormidas desceu, fazendo com que, mesmo com números positivos nas restantes ilhas, o total de dormidas no alojamento local descesse 4,4%, totalizando 42314 dormidas.
Saliente-se ainda que, segundo o Serviço Regional de Estatística dos Açores, “das respostas declaradas no mês de janeiro, 65,6% dos estabelecimentos de alojamento local ativos reportaram que não tiveram movimento de hóspedes”.
Estes números vêm confirmar aquilo que a Associação do Alojamento Local (ALA) tem vindo a alertar nos últimos meses, perante a redução do número de ligações aéreas da Ryanair.
Ainda em janeiro, no 2.º Encontro do Alojamento Local dos Açores, o Presidente da ALA afirmava que “com o recente encerramento da base da Ryanair no final do ano passado, prevemos um impacto negativo no 1º trimestre de 2024, afetando especialmente o Alojamento Local”, o que está agora a ser confirmado.
Perante os números de janeiro e as previsões para fevereiro e março, a ALA alerta para a necessidade urgente de atuação do Governo dos Açores e da VisitAzores, aumentando significativamente a promoção do Arquipélago no exterior, de forma a gerar mais fluxo de turistas para os Açores e assim tentar minimizar as perdas.
A acrescentar a esta realidade, ainda esta quinta-feira fomos surpreendidos pela notícia de que a Ryanair não tem voos programados de e para os Açores, para o próximo inverno IATA, (de fim de outubro a fim de março).
A confirmar-se, a ausência desta companhia aérea nos Açores, durante quase 6 meses, será um duro golpe na economia da Região, onde se inclui o alojamento local, acentuando ainda mais a sazonalidade do turismo nos Açores.
A preocupação aumenta ainda mais, quando temos pela frente a privatização da Azores Airlines, com todas as dúvidas e incertezas em relação ao futuro da companhia e das ligações de e para os Açores.
O abrandamento do turismo a nível nacional pode ser também um fator desestabilizador do setor nos Açores, já que o continente português é um mercado emissor bastante importante para o nosso arquipélago.
A Direção da ALA entende que é preciso agir urgentemente, para evitar uma redução drástica no número de dormidas, o que teria um forte impacto na capacidade empregadora do setor e, por maioria de razão, na economia dos Açores.